Coro Sinfónico Lisboa Cantat

O Coro Sinfónico Lisboa Cantat (CSLC) foi fundado em 1977, com a designação Coral Caminhos Novos e, posteriormente, Coral Lisboa Cantat, e é um dos coros da Associação Musical Lisboa Cantat. Ao longo dos anos, sob a direção de João Valeriano, Paulo Brandão, Rui de Matos e, desde 1986, Jorge Carvalho Alves, fez-se uma aposta deliberada na expansão do coro, até alcançar a formação sinfónica com que se apresenta hoje, com cerca de 80 elementos. Não apenas tem contribuído para a divulgação da música erudita portuguesa, estreando regularmente obras de compositores portugueses contemporâneos, como, com esta formação alargada, está em condições de abraçar grandes desafios, com repertórios exigentes e em parceria com diversos maestros e orquestras. 

No plano nacional, destacam-se as colaborações com a Orquestra Metropolitana de Lisboa, a Orquestra Filarmónica Portuguesa e a Orquestra Sinfonietta de Lisboa, mas também se apresentou com a Orquestra Clássica de Espinho, Orquestra Clássica do Centro, Orquestra Clássica do Sul, Orquestra de Câmara da GNR, Orquestra de Câmara de Cascais e Oeiras, Orquestra do Norte, Orquestra Nacional do Porto, Orquestra Sinfónica Juvenil, Orquestra Sinfónica Portuguesa e Orquestra XXI. Entre as colaborações internacionais, destacamos a Orquestra Filarmonia de Madrid (Espanha), Orquestra de Timisoara (Roménia), Orquestra Sinfonia de Varsóvia (Polónia) e Royal Philharmonic Concert Orchestra (Inglaterra).

Em Portugal, teve o privilégio de atuar nas principais salas de concerto, teatros e igrejas: Aula Magna da Universidade de Lisboa, Basílica da Estrela, Casa da Música do Porto, Grande Auditório da Culturgest, Grande e Pequeno Auditórios da Fundação Calouste Gulbenkian, Grande e Pequeno Auditórios do CCB, Igreja de São Francisco (Porto), Igreja de São Roque, Mosteiro de Alcobaça, Mosteiro dos Jerónimos, Real Basílica de Mafra, Sé de Lisboa, Sé Nova de Coimbra, Teatro da Trindade, Teatro Nacional de São Carlos, entre muitos outros. Foi coro associado do CCB na temporada 2010/2011.

É eclético o vasto repertório abordado ao longo dos anos, com grandes obras de música coral a cappella sacra e profana, da Renascença à música contemporânea, com incursões pelo mundo da ópera e do musical, com mais de cinquenta grandes obras para coro e orquestra. Destacam-se as missas de Requiem de G. Verdi, W. A. Mozart, G. Fauré, J. Brahms, M. Duruflé e E. Carrapatoso (estreia mundial), Missa de Glória de G. Puccini, Missa de NelsonMissa de Santa Teresa, As Estações e A Criação de J. Haydn, Stabat Mater e Petite Messe Solennelle de G. Rossini, Carmina Burana de C. Orff, 2.ª, 3.ª e 8.ª Sinfonias de G. Mahler, Paixão Segundo São João, Oratória de Natal e Oratório da Páscoa deJ. S. Bach, 2.ª Sinfonia de F. Mendelssohn, A Sea Symphony de V. Williams, O Messias de G.F.  Händel, Cantata Verbum Caro e Oratória Popular de N. Côrte-Real (estreia da versão sinfónica e estreia mundial, respetivamente), Grande Missa em Dó menor e Vesperae Solennes de Confessore de W. A. Mozart, Cantata de Outubro de S. Prokofiev (estreia em Portugal), Cantata para un silencio de D. Schvetz (estreia mundial), L’enfance du Christ e Romeu e Julieta de H. Berlioz, Missa Solemnis e 9.ª Sinfonia de L. v. Beethoven, Abertura 1812 de S. Rachmaninoff, Os Planetas de G. Holst e Missa Solene em Honra de N.ª Sr.ª de Fátima de Manuel Faria e Joaquim dos Santos. Sublinha-se ainda a participação na ópera O Elixir do Amor de G. Donizetti e na produção musical O Fantasma da Ópera de A. L. Weber.

A qualidade das apresentações em concerto muito deve aos maestros, nacionais e estrangeiros, que dirigiram o coro: Adrian Leaper, Antonio Pirolli, António Vassalo Lourenço, Brian Schembri, Cesário Costa, Christopher Bochmann, Dinis Sousa, Dmitri Jurowsky, Donato Renzetti, Enrico Onofri, Giampaolo Vessella, Hans-Christoph Rademann, João Paulo Santos, José Cura, José Ferreira Lobo, Laurent Petit-Girard, Leonardo García Alarcón, Manuel Ivo Cruz, Marc Tardue, Martin André, Michael Zilm, Miguel Graça Moura, Nicholas Kraemer, Olivier Cuendet, Osvaldo Ferreira, Pedro Amaral, Pedro Carneiro, Pedro Neves, Rui Pinheiro, Theodor Guschlbauer, Vasco Pearce de Azevedo e Zoltán Peskó.

Colaborou em parcerias com o Coro Nacional do Teatro S. Carlos (Requiem de G. Verdi, Gürrelieder de A. Schönberg, a sinfonia Fausto de F. Liszt e a 8.ª Sinfonia de G. Mahler) e com o Coro da Fundação Calouste Gulbenkian (Gürrelieder de Schönberg).

Adicionalmente a esta forte vertente sinfónica, o CSLC trabalha também repertório a cappella, tanto nacional como estrangeiro. Aposta na promoção e divulgação da música e dos compositores portugueses e, neste contexto, tem vindo a gravar a integral da obra coral a cappella de Fernando Lopes-Graça e harmonizações escritas por compositores portugueses dos séculos xx–xxi.

Associação Musical Lisboa Cantat

A Associação Musical Lisboa Cantat (AMLC) é uma associação cultural sem fins lucrativos que prossegue objetivos de ordem musical, social e recreativa. Na sua atividade, pretende promover e divulgar a cultura musical junto do grande público, em colaboração com músicos profissionais e amadores do país e do estrangeiro. Esta atividade constitui a base de coesão humana e social dos seus cerca de 180 associados, pelo espírito de convívio e partilha que tipicamente proporciona.

A AMLC iniciou as suas atividades em 1977, com a designação de Coral Caminhos Novos, tendo passado a designar-se Coral Lisboa Cantat em 1983, designação que manteve até 2007. Nesta data, na sequência da criação de dois agrupamentos distintos — o Coro Sinfónico Lisboa Cantat, herdeiro da atividade do Coral Lisboa Cantat, e o Coro de Câmara Lisboa Cantat —, foram alterados os seus Estatutos e passou a designar-se Associação Musical Lisboa Cantat. Ao longo destes mais de 40 anos foi membro fundador da Associação de Coros Amadores da Área de Lisboa (ACAAL), sendo também associada da Internacional Federation of Choral Music (IFCM).

Além de continuar a promover os dois agrupamentos em atividade há mais tempo, o Coro Sinfónico Lisboa Cantat e o Coro de Câmara Lisboa Cantat, a AMLC quer agora consolidar os mais recentes: o Coro Infantil Lisboa Cantat, a Academia Vocal Lisboa Cantat, e o Coro Juvenil Lisboa Cantat, que se foram juntando ao longo dos anos.

Esta diversidade de agrupamentos permitirá que a AMLC se assuma como uma associação decididamente centrada na voz humana e no ensino e aperfeiçoamento da arte de cantar, procurando dar cobertura a uma larga faixa do percurso de cada um, das idades mais jovens até às mais maduras, dos mais experientes aos menos experientes, permitindo que, em cada fase, o associado possa encontrar um espaço de fruição e desenvolvimento das suas capacidades vocais.

No âmbito global da atividade da AMLC destaca-se o projeto de grande fôlego com que pretende dar o seu contributo para a valorização da música que se fez e faz em Portugal. A AMLC tem em curso o projeto de gravação integral da obra coral a cappella de Fernando Lopes-Graça e pretende dar testemunho da sua herança que se revela nos compositores contemporâneos. Para tal, já gravou quatro volumes da coleção intitulada Compositores Portugueses xx–xxi e dois volumes da coleção Fernando Lopes Graça – Obra Coral a cappella.

Tem estatuto de Entidade de Utilidade Pública desde 2010.